Uma Memorável Serenata

Há quantos anos aquelas pessoas institucionalizadas no Centro Comunitário Minas da Panasqueira não ouviam uma serenata? E será que essas pessoas alguma vez tinham assistido a uma serenata? Não conseguimos perguntar-lhes mas registámos o entusiasmo e alegria com que observaram a entrega e dedicação dos elementos da Tuna Médica da Universidade da Beira Interior quando este dia se deslocaram da Covilhã à Barroca Grande para participarem no Magusto 2019.

Enérgicos e cheios de boa vontade alegraram as dezenas de utentes da Santa Casa da Misericórdia do Fundão (SCMF) que moram naquela Estrutura Residencial para Idosos (ERPI) localizada nas imediações das Minas da Panasqueira.

Obviamente que os dezasseis jovens, que ali foram espalhar magia, já tinham ouvido falar da extração de volfrâmio! Todavia ficaram um pouco admirados com os acessos à freguesia onde além das Minas há um Centro Comunitário que apoia pessoas idosas e também dá emprego a dezenas de residentes da região do Couto Mineiro.

Seja como for a alegria da juventude e o sentido de entrega dos futuros médicos merece que registemos esta memorável serenata.

Este ano a celebração do São Martinho também foi bastante animada numa outra ERPI da SCMF. O lar da Misericórdia foi selecionado pela Fundação Inatel para, no dia do Magusto, ali receber a atuação de um Rancho Folclórico. A escolha recaiu sobre o Rancho Folclórico da Casa do Povo de Alpedrinha.  

Durante uma hora o reportório apresentado trouxe à memória das mulheres e homens que moram naquela ERPI a revisitação de outras vivências e celebrações da etnografia da Beira em cenários como a apanha da azeitona ou a malha do centeio.

É sempre agradável observar a felicidade das pessoas mais idosas que, quando lhes é possível, recentram o pensamento das vivências mais divertidas e felizes da vida. Maria da Conceição Pinheiro Costa é de Lisboa e agradece “o excelente divertimento” que o Rancho lhes proporcionou. A opinião é corroborada por Maria Bárbara Batista: “Até vou dormir melhor e recordar a tarde”, revelou.

Maria Celeste Luís não ouvia um rancho folclórico desde a última festa em que a levaram à Quinta Pedagógica do Fundão. Estava, obviamente, “super alegre e bem-disposta”. Matilde da Conceição Sanches presenciou a tarde de folclore com um misto de alegria e saudade. “Quem me dera ter ido dançar também… tivesse eu saúde!” Por seu turno a também utente no lar da Misericórdia, Maria Mendes Libório Correia disse-nos que um dia dançou no rancho de Montargil. “Lá no Ribatejo os trajes são mais garridos, cantam e dançam o fandango”, recorda.

Margarida Pereira da Fundação Inatel congratulou-se pelo êxito da iniciativa. “Foi um bom momento cultural pois estas danças e cantares dizem-lhes bastante e o Inatel cumpre a sua função social”.

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